Natal no Campo Transcultural

Natal Confissoes de uma Mulher Multicultural

Natal como oportunidades para falar do propósito de Deus

Comemorar natal ou não? Eis a questão. Sabemos que há divergência sobre esse tema em nosso meio, devido à origem do Natal ou a data de nascimento de Jesus e até mesmo pelo teor comercial que se tem em nossos tempos. Porém, hoje quero te convidar a olhar o Natal com outros olhos, com as lentes das oportunidades que ele nos traz em meio a vida no campo transcultural.

Lembro-me de um choque cultural reverso que passei, ao retornar ao Brasil do meu primeiro campo transcultural. Era Natal, e eu fiquei chocada como as pessoas poderiam gastar tanto dinheiro em uma ceia, enquanto no país de onde eu estava vindo, a comunidade onde eu servia, tinham tantas necessidades. Então, fui chorando para o banheiro da igreja e me recusei a participar do jantar. O interessante é que a vida toda, isso nunca me incomodou.

No entanto, maior foi a minha surpresa e choque, ao mudar para um país, onde no mês de dezembro, não havia nem mesmo um sinal que apontasse para o Natal, devido à religião predominante naquele lugar. Então renasceu o desejo de celebrar essa data e agora com muito mais significado, sem tonalidade consumista ou outros símbolos que roubam a glória do nascimento de Jesus. Passei a ver o Natal como uma oportunidade para edificação de muitas pessoas, inclusive dos nossos filhos.

Ceia de natal

Natal como Memorial

Viver em um país com pouca presença cristã, me foi um incentivo para eu aproveitar cada festa religiosa como uma oportunidade para ensinar nossos preciosos filhos sobre o propósito eterno de Deus. Páscoa, Pentecoste e até mesmo o Natal, passaram a ser celebrados em nossa casa de maneira alegre e criativa, a fim de despertá-los para o conhecimento de Deus. Você já percebeu o quanto nosso Deus gosta de festas? E quantas festividades foram instituídas por Ele no Antigo Testamento? Em oração sobre isso um dia, uns versículos me despertaram o olhar para as celebrações como oportunidades para apontar a Cristo:

 “Nesse dia cada um dirá a seu filho: Assim faço pelo que o Senhor fez por mim quando saí do Egito. Isto lhe será como sinal em sua mão e memorial em sua testa, para que a lei do Senhor esteja em seus lábios, porque o Senhor o tirou do Egito com mão poderosa. Cumpra esta determinação na época certa, de ano em ano.” (Êxodo 13:8-10)

Quando estudamos Contextualização Cultural, podemos observar que alguns símbolos religiosos perderam o significado original com o passar do tempo em uma certa cultura ou que eles não têm o mesmo sentido para umas pessoas como para outras. Por exemplo, o uso de velas, as quais para certas pessoas tem um sentido de devoção e sacrifício, para outras elas são apenas um objeto decorativo. Da mesma maneira, o Natal não tem o mesmo sentido e significado para todas as pessoas. No entanto, nós podemos aproveitar essa celebridade anual para servir de memorial que nos faça recordar a encarnação do Filho de Deus e transmitir essa verdade aos nossos filhos.

Natal no campo transcultural

Podemos usar a criatividade para ensiná-los do milagroso nascimento do nosso Salvador, o qual foi humilde, mas cheio de esplendor e gloria. Já fiz um presépio de Playmobil, de Lego e até de massinha de modelar para simbolizar o nascimento de Jesus. Sugiro que, durante todo o mês de dezembro, possamos inculcar a natividade na mente dos nossos pequeninos, de tal forma que ficará gravado para sempre na memória como Deus se fez carne e com muitas testemunhas o nascimento de Jesus foi confirmado. Você pode fazer seu próprio calendário do advento, usando aquilo que está à sua disposição no país onde você vive.

Não precisa ser como todos fazem, você mesmo pode criar uma decoração especial, com coisas disponíveis na natureza do lugar onde você está vivendo. Em um Natal, saí com meus filhos, com uma tesoura de podar árvore e trouxemos um galho seco gigante para casa. Enfeitamos com laços, umas bolinhas brilhantes e umas luzinhas. No primeiro dia, eu chorei ao falar com nossos filhos que aquele galho seco representava o ano tão difícil que passamos, mas que cada bolinha representava as incontáveis bênçãos de Deus e seu favor em nossas vidas. Isso já fazem uns dez anos e meus filhos lembram disso como se fosse hoje. Porque para meus filhos, Natal tem cheiro, sabor e som. Ouçam músicas natalinas, prepare alguma gostosura e seguramente seus filhos jamais irão esquecer desse ambiente preparado com todo carinho para eles.

Celebrando o natal no campo transcultural

Não perca essa oportunidade, amada mulher multicultural. Festeje o Natal no país onde você estiver, como um memorial da encarnação do nosso Salvador e ensine seus filhos sobre a humildade e glória do Rei. Peça a Jesus, nosso mestre criativo, que te ajude a fazer dessa celebração um momento inesquecível para você e sua família, onde o amor de Deus seja o brilho e sua Palavra o principal alimento da festa.

Feliz Natal

Todos os dias no Instagram o CMM traz novidades para você Mulher Multicultural. Leia mais sobre o Natal Multicultural no Blog CMM

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Daniela Condor

Colaboradora da redação do Blog CMM, esposa, mãe, servindo entre culturas desde 1995. Atualmente vivendo em um país da África Ocidental.

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