Infertilidade biológica

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Compreendendo o valor da maternidade espiritual

Sabrina recebe com lágrimas mais um teste negativo. Mais um mês que ela tem o seu sonho de ser mãe atrasado. Já são oito anos e ela está na segunda bateria de tentativas frustradas na fertilização in vitro. Sabrina lê o Antigo Testamento e acha muito injusto que parte das bençãos e parte das tarefas das mulheres seja a procriação, que lhe é negada. Como outras tantas mulheres que estão enfrentando a dor do aborto espontâneo ou dos seguidos testes negativos, ela acha injusto não somente a negação, mas a sensação de que Deus espera dela, algo que ela é incapaz de fazer. E não porque não queira, mas porque tudo o que ela fez, simplesmente deu errado. Ela sentia que Deus a tinha abandonado e que não a amava.

O significado de Eva é “aquela que gera vida, a mãe de toda humanidade”. E ao longo de todo o Antigo Testamento, a fertilidade está relacionado à benção de Deus para a família e prova da boa mão de Deus, e a infertilidade relacionada com desfavor de Deus. Podemos ver isso nas histórias das mães célebres de filhos importantes: Ana, Rebeca, Sara. Quase todas elas reconhecem que tiveram seus filhos por causa e com ajuda de Deus. Todas essas histórias gritando com Sabrina e lhe falando de sua inadequação, incapacidade, de colo ela era inferior, quebrada e a responsável por tirar de seu marido a alegria de ser pai. Numa clara mostra, de como a vida era injusta com ela.

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Sabrina teve sua vida mudada quando se depara num encontro de mulheres com o Texto de Tito 2:3-5 onde diz que as mulheres mais velhas devem ensinar as mulheres mais novas como amar seus maridos e filhos. Nesse dia ela foi apresentada ao conceito de maternidade espiritual, e começou um longo caminho de cura ao perceber que a família não se limita à família de sangue e que Deus adiciona irmãos e irmãs à família da fé através do crer em Jesus, e que ela, mesmo com suas lutas contra a infertilidade biológica, pode ser muito fértil espiritualmente sendo mãe e irmã de uma família sem tamanho.

Ela percebeu que o Novo Testamento não enfatiza o ter filho como prova da benção de Deus, (ainda que ter filhos continue sendo uma benção de Deus que é o doador da vida) e que o sistema de clãs muito comum no Antigo Testamento, não tem o mesmo peso no mundo helênico, misturado e em movimento por conta do Império Romano.

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Assim, ela abraçou sua situação com uma fé bem pequenininha e machucada, mas que se fortaleceu a medida que ela começou a ser mais intencional e se envolver com adolescentes da sua igreja e com outras mulheres para discipulado, e passou a andar junto com outras mulheres que tinham a mesma luta. E assim Deus estava trabalhando e curando as suas feridas. Até que um dia tudo mudou com um teste positivo, e depois com a foto de um embrião implantado no seu útero, e mais ainda, sem medida, numa explosão de felicidade no nascimento do seu primeiro filho.

Nesse dia ela percebeu que uma coisa que não tinha mudado nessa história toda, era o amor de Deus por ela. Ele nunca tinha deixado de amá-la na sua infertilidade, e agora esse bebê não a tinha feito mais amada por Deus. Ele sempre a amou com o mesmo amor de sempre, o maior amor de Pai do mundo todinho.

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Arite Julia

Casada com Creuse Santos, mãe do Noah e Manuela. Duas mãos, muitas ideias, um caos no seu infinito particular. Ama as Escrituras, a educação, as amigas, tricô, crochê, Patchwork e férias.

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