Partilhar para Multiplicar
A cada deslocamento, a cada mudança, portanto, deixamos algo. Ao mudar, deixamos objetos, deixamos lugares, deixamos pessoas. Por exemplo, em nossa última mudança, deixamos várias plantinhas, que eu tanto gostava. Meu filho tinha um jarro com dois pequenos cactos. Um dia antes de sair, eu me surpreendi quando ele tirou o cacto do jarro e o dividiu, pois ofereceu um a uma pessoa que tinha gostado e ficou com o outro. Além disso, ao observar que o olhar da pessoa tivesse demonstrando que gostaria de ter a plantinha, ele não o negligenciou. Ele criativamente tirou do pote, ficou com uma parte e ofereceu a outra.
Olhando nessa manhã pra aquele cacto que recentemente já se transformou em dois, meu coração pensa na dinâmica da vida. De fato, é quando não privamos de nos doar que vivemos o milagre da multiplicação. O milagre de ver nascer, de ver crescer algo que outrora não existia. Consequentemente, vemos novos seguidores do Senhor nascendo.
Na partilha, geralmente vivenciamos dores, mas também transformação, novidade de vida!Dessa forma, que o Senhor nos ensine a continuar firme, permanecendo Nele. E, quando no caminho, deixamos parte de nós; do nosso tempo, do nosso amor, da nossa generosidade, da nossa hospitalidade, é o Senhor quem faz brotar algo novo em nós e nos que receberam parte de nós!
Por fim, que a mudança nunca nos assuste, mas nos motive a confiar no Senhor, que transforma nossas renúncias em sementes de vida e crescimento. Ao nos desprendermos, permitimos que Ele nos molde e nos faça frutificar, renovando em nós o verdadeiro sentido de caminhar com Ele.
Se você está vivendo uma mudança – seja de casa, de país, de estação de vida ou até mesmo de coração – não tenha medo de deixar para trás o que já cumpriu seu propósito. Leve com você o que é eterno: a fé, o amor, a disposição de servir. O que você compartilha no caminho, por menor que pareça, pode florescer na vida de alguém. Confie que o Senhor está usando até suas renúncias como sementes, e que aquilo que você entrega, Ele multiplica. Permita-se ser transformado enquanto caminha. E que, ao olhar para trás, você veja não apenas o que ficou, mas o que nasceu a partir da sua entrega.
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