O Desafio de Ser Mãe em Outra Cultura

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A maternidade multicultural guiada pela presença e promessas de Deus

Você acha que criar filhos é uma tarefa gigantesca? Eu achava! Como é possível saber a maneira certa de criar um filho? Há tanta coisa envolvida! Saber quando alimentá-lo, por quanto tempo, quando colocá-lo para dormir, quando começar a dar comida sólida, como fazê-lo dormir a noite toda… E isso antes mesmo de ele começar a falar, responder, discutir, gritar com você e tudo o que vem com a necessidade de “educar uma criança”! Some-se a isso o desafio de criá-los em uma terra distante, longe do apoio e da ajuda da família extensa, com duas línguas sendo faladas ao redor deles o tempo todo e os maravilhosos desafios de uma cultura diferente da nossa.

“Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles.”
Provérbios 22.6

Pois é… mas como?

Li um livro muito útil da Jean Fleming chamado “From a Mother’s Heart” (NavPress, 1982), quando eu era uma jovem mãe, e me lembro dela dizendo que até mesmo Deus — o Pai perfeito — tem filhos rebeldes e imprevisíveis.

“Ouçam, ó céus! Escute, ó terra! Pois o Senhor falou: ‘Criei filhos e os fiz crescer, mas eles se revoltaram contra mim.’”
Isaías 1.2

“Até mesmo Deus — o Pai perfeito — tem filhos rebeldes e imprevisíveis.”

Isso nos ajuda a perceber que não podemos fazer isso sozinhas! De jeito nenhum. Temos uma responsabilidade — Deus nos deu esse privilégio e essa alegria (!), mas o que Ele nos pede é que, com a Sua ajuda, façamos o nosso melhor para ajudar nossos filhos a se tornarem adultos maduros e responsáveis. Porém, em última análise, são eles que decidirão por si mesmos a direção que suas vidas tomarão. Temos que educá-los, discipliná-los, treiná-los etc., mas também confiar em Deus, entregando-os às mãos do Pai Eterno.

Recentemente, li o livro de Josué. Os versículos iniciais são muito encorajadores para nós, pais, que iniciamos a tarefa de educar nossos filhos.

“Depois da morte de Moisés, servo do Senhor, disse o Senhor a Josué: ‘Meu servo Moisés está morto. Agora, pois, você e todo este povo preparem-se para atravessar o rio Jordão e entrar na terra que eu estou para dar aos israelitas. Como prometi a Moisés, todo lugar onde puserem os pés eu darei a vocês. Seu território se estenderá do deserto ao Líbano, e do grande rio, o Eufrates, toda a terra dos hititas, até o mar Grande, no oeste. Ninguém conseguirá resistir a você todos os dias da sua vida. Assim como estive com Moisés, estarei com você; nunca o deixarei, nunca o abandonarei.’”
Josué 1.1–5

A tarefa diante de Josué era enorme! Tomar posse de uma terra inteira. Mas Deus o lembra de que havia prometido essa terra a Moisés. Quando isso aconteceu, o povo de Israel ainda era escravo sob o domínio de uma superpotência — o Egito. E antes disso, Deus já havia prometido essa terra a Abraão, como lembrou a Moisés. Naquela época, Abraão era apenas um nômade sem filhos. No entanto, ali estavam seus descendentes, numerosos e livres, à beira da Terra Prometida.

Deus é um Deus que cumpre Suas promessas! E veja o que Ele promete:

“Assim como estive com Moisés, estarei com você; nunca o deixarei, nunca o abandonarei.” (v.5)

E Ele continua…

“Seja forte e corajoso, porque você conduzirá este povo para herdar a terra que prometi sob juramento aos seus antepassados. Somente seja forte e muito corajoso! […] Não fui eu que lhe ordenei? Seja forte e corajoso! Não se apavore, nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar.”
(vv.6–7, 9)

Três vezes nesses versículos Deus diz a Josué para ser forte e corajoso. E ao longo do livro de Josué, você verá essas palavras se repetirem — ele mesmo as repete ao povo e, imagino, também a si próprio, lembrando-se do que Deus lhe disse: “Seja forte e corajoso.”

O que isso tem a ver com a maternidade? Bem, acho que nós, mães, precisamos ouvir essas palavras em nossos corações todos os dias, enquanto enfrentamos as tarefas diante de nós. É difícil ser mãe. Mas Deus diz a você, enquanto as crianças te acordam gritando às 6 da manhã: “Seja forte e corajosa.”
Enquanto você tenta impedir a terceira guerra mundial entre dois irmãos brigando para ver de quem é a vez no Nintendo Switch: “Seja forte e corajosa.”
Enquanto o adolescente grita e bate a porta porque você disse que ele precisa ficar em casa para estudar: “Seja forte e corajosa.”

mãe

Não “ficar brava e gritar em voz alta.”
Não “perder o controle e mandar todo mundo para o quarto.”
Não “desabar em prantos e voltar para a cama.”
Mas sim “Seja forte e corajosa.”
“Não se apavore, nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar.”

Não se trata de força física. Não se trata de nunca sentir medo. Trata-se de, mesmo nos sentindo fracas e perdidas, lembrar que Deus cumpre Suas promessas. Trata-se de amá-Lo e obedecê-Lo, vivendo como Ele nos ensina à luz disso.

Deus está conosco, Ele está a apenas um sussurro de distância. Só precisamos dizer aquela palavrinha: socorro!
E Ele está lá, dizendo:
“Não se apavore, nem desanime, pois estou com você, querida.”

Ao refletir sobre isso, lembrei-me de que caminhar com Deus é um esforço conjunto. Deus está lá para cumprir Suas promessas, para me ajudar, sustentar, encorajar. Mas eu também tenho meu papel — assim como Josué teve. Ele teve que se levantar e tomar a terra, teve que lutar as batalhas, teve que liderar o povo. E eu tenho que fazer a minha parte como mãe.

Tenho que ler livros úteis que me deem orientações sobre como criar filhos. Tenho que conversar com outras mães para aprender com seus conselhos. Tenho que acordar cedo para orar, antes mesmo das crianças! Tenho que continuar firme quando um após o outro pega rotavírus. Tenho que disciplinar meus filhos de forma adequada. Tenho que… bem, é uma longa jornada. Ou talvez muitas pequenas tarefas, uma após a outra.
Mas Deus está conosco.

“Seja forte e corajosa! Não se apavore, nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar.”

Jan Greenwood
Mãe de Luke, Becky e Kat; vovó de Daniel, Sara, Boaz e Dália.
Muito grata a Deus por cada um.

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